Serra da Cantareira – Velhão – Restaurante “As Véias”
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foto: José Luiz Pedro
Serra da Cantareira – Velhão – Restaurante “As Véias”
Sobre o local
Imponente e fascinante. Misterioso.
São estas as primeiras impressões diante do conjunto arquitetônico que se ergue na estrada de Santa Inês, no coração da Serra da Cantareira.
Cercadas de verde, as construções são todas em material de demolição reciclado, num estilo que quase lembra cidadelas. Quase, porque há sempre um detalhe inusitado. Surpreendem pela beleza genuína e também por sua história.
Ali, Moacyr Archanjo dos Santos construiu um sonho, e este sonho nos leva a um passado que nenhum de nós viveu, mas onde todos se reencontram: visitar o Velhão é fazer uma insólita viagem no tempo.
Moacyr Archanjo dos Santos nasceu em Presidente Prudente, interior de São Paulo, onde permaneceu durante a infância. Aos 15 anos, já trabalhava em uma empresa de ônibus para ajudar a ampliar a renda de sua família. Em 1960, a empresa na qual trabalhava o transferiu para o centro de são Paulo, onde nem a corredia do dia a dia e o trabalho intenso o afastaram de sua paixão: a arte presente na arquitetura de são Paulo.
Durante todo tempo livre que possuía, e até mesmo no transitar de ida e volta para casa, visitava ou observava os casarões antigos, as igrejas, os monumentos da cidade e as linhas de bonde que ainda existiam no inicio dos anos 60. Neste mesmo período, iniciou seu acervo, visto que, nessas muitas andanças pela cidade, adquiria aqui ou ali peças de demolição que julgava ser “material artístico”.
No trabalho, Moacyr conheceu Iracema Rodrigues, com quem se casou e teve três filhos: Ubirajara, Ubiratã e Eliane.
Entre 1977/1978, depois de muito protesto familiar, deu início ao complexo com a compra de um lote de 3.000m2, e a construção de um casarão e uma oficina. Isto no meio do nada, pois, na época, a estrada de Santa Inês mal asfaltada era. E fez real seu sonho. Grande visionário de uma loja que fosse autossuficiente, trabalhando com o que então era lixo e descarte para a maioria das pessoas…
Foi adquirindo mais lotes, expandindo seu acervo e sempre ladeado por sua esposa e atual proprietária ‘IRACEMA’, a peça fundamental para o atual funcionamento e continuidade de “O Velhão”. Moacyr veio a falecer em 2001.
Desde então, Iracema foi capacitando jovens aprendizes da comunidade local para as oficinas de marcenaria e serralheria. Por conta disso, Dona Iracema construiu uma cozinha para uso exclusivo dos funcionários. Com o descobrimento desta cozinha começaram a surgir clientes e, ao perceber o interesse que havia surgido, resolveu-se transformar a cozinha num legítimo restaurante, denominado de As Véia.
Informações do site http://www.velhao.com.br/historia/
Sobre o restaurante “As Véias”
Voltando aos primeiros tempos: o Velhão crescia, e Iracema acabou deixando seu trabalho na cidade para coordenar a cozinha que preparava as refeições do pessoal das oficinas. Fogão de lenha, janelões abertos para a mata, panelões fumegando, mesa grande ladeada por bancos, aquele ar de fazenda; café no bule e bolinho de chuva. Os amigos vinham, bebericavam uma cachacinha, beliscavam queijos e lingüiças oferecidos pelo Moa, almoçavam e voltavam sempre, até que começaram a sugerir:Por que vocês não abrem um restaurante?
Foi a conta. Assim, no ano de 1995, em meio a uma parafernália de material de demolição, vitrais, estátuas, colunas e peças antigas nasceu o restaurante “As Véia”, — o nome foi uma conseqüência inevitável. Em pouco tempo se transformou no carro-chefe do Velhão. Cozinha brasileira de forte influência do sabor mineiro, com doces caseiros, pão quente, torresminho e tudo. O restaurante cresceu, invadindo os antigos depósitos, aproveitando o que havia neles, inserindo-se nesse cenário de pura magia.
Nas cozinhas hoje circula um batalhão que abastece os fogões de lenha sempre rodeados de gente. E tem a churrasqueira e a cachaçaria. Ah, a cachaçaria! É um lugar especial por seu aroma e pela presença dos grandes tonéis de pinga e as mais diferentes misturas. Das boas e com trânsito livre para degustação.
Na seqüência vieram a pizzaria, a chopperia, o bilhar, o café e as lojinhas cujo número aumenta a cada dia. “Um vivendo do outro” como dizia Moacyr. Agora a nova meta é construir uma creche/escola para as crianças da comunidade do Jd. Samambaia. O conjunto ainda abriga a Igreja de São Francisco de Assis e São José Operário, tudo no estilo “O Velhão”, que se estendeu ao Posto da Polícia Comunitária, na divisa dos municípios de São Paulo e Mairiporã, também construído por Moacyr e Iracema. Aliás, este estilo fez escola e também virou griffe. Quem tem uma peça garimpada no Velhão, se orgulha dela.
Sobre o restaurante http://www.velhao.com.br/restaurante-as-veia/funcionamento/
Texto de Isabel Raposo – Jornal da Serra da Cantareira
Sobre o passeio:
Passeio realizado com sucesso.
Veja as fotos dos participantes no grupo do FCCB no Facebook clicando aqui
Inscrições até 19/10/2020